Em 1882, a Itália
juntou-se à Alemanha e à Áustria-Hungria. A Aliança Dual
transformou-se na Tríplice Aliança que iria durar até ao início
da Primeira Guerra Mundial. Foi a Itália que tomou a iniciativa de
pedir para aderir ao sistema de Bismarck. O objectivo da Itália era
quebrar o isolamento e assumir uma maior participação na cena
internacional.
A Itália tinha-se mantido à parte dos movimentos diplomáticos das Potências Centrais. Aparentemente, o aliado natural da Itália seria a França, aliado na Segunda Guerra da Independência Italiana (26 de Abril de 1859 - 12 de Junho de 1859), embora o seu apoio tenha sido pago com Nice e Savóia. Após esta intervenção ao lado dos italianos e com a finalidade de obter o apoio do partido católico francês, Napoleão III alterou a sua política externa e assumiu-se como garante da integridade dos territórios da Igreja. Esta nova política foi ao ponto de as tropas francesas, ao lado das tropas pontificais, derrotarem um exército de Garibaldi na Batalha de Mentana (3 de Novembro de 1867). Assim que os Franceses começaram a sofrer derrotas frente aos Prussianos e seus aliados, na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), as forças italianas ocuparam Roma e estabeleceram aí a sua capital. Quando em França se instalou a política de direita, clerical, da Ordre Moral, que manteve uma maioria até 1887, a Itália ficou apreensiva porque temia uma acção francesa de apoio ao Papa. Restava-lhe, assim, virar-se para a Alemanha, onde Bismarck travava também uma luta contra o clero católico alemão num processo que ficou conhecido como Kulturkampft.
Após a queda do Império Francês, em 1870, as relações entre a França e a Itália não sofreram alterações significativas. A França era também o principal credor da dívida pública italiana (80%) mas, apesar disso, a Alemanha era, cada vez mais, o mercado preferido de exportação e importação para os Italianos. Na Alemanha, os Italianos adquiriam o carvão e outras matérias primas e era para lá que exportavam os seus produtos agrícolas. A hostilidade dos agricultores franceses aos produtos agrícolas italianos provocou esta mudança. Além disso, as comunicações com a Alemanha estavam muito facilitadas após a construção do Túnel de São Gotardo entre 1872 e 1880. Este permitia uma ligação muito mais fácil entre a Itália e a Áustria e, a partir daí, com a Alemanha. Por outro lado, o notório crescimento alemão e o lugar de topo que a Alemanha tinha adquirido na Europa mostrava que, se a Itália desejava ascender ao estatuto de grande potência, era com a Alemanha que teria de estreitar os seus laços. O prestígio que a Itália esperava obter desta forma permitir-lhe-ia alcançar o reconhecimento externo mas seria também uma ajuda para a resolução dos seus problemas internos.
A Itália tinha-se mantido à parte dos movimentos diplomáticos das Potências Centrais. Aparentemente, o aliado natural da Itália seria a França, aliado na Segunda Guerra da Independência Italiana (26 de Abril de 1859 - 12 de Junho de 1859), embora o seu apoio tenha sido pago com Nice e Savóia. Após esta intervenção ao lado dos italianos e com a finalidade de obter o apoio do partido católico francês, Napoleão III alterou a sua política externa e assumiu-se como garante da integridade dos territórios da Igreja. Esta nova política foi ao ponto de as tropas francesas, ao lado das tropas pontificais, derrotarem um exército de Garibaldi na Batalha de Mentana (3 de Novembro de 1867). Assim que os Franceses começaram a sofrer derrotas frente aos Prussianos e seus aliados, na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), as forças italianas ocuparam Roma e estabeleceram aí a sua capital. Quando em França se instalou a política de direita, clerical, da Ordre Moral, que manteve uma maioria até 1887, a Itália ficou apreensiva porque temia uma acção francesa de apoio ao Papa. Restava-lhe, assim, virar-se para a Alemanha, onde Bismarck travava também uma luta contra o clero católico alemão num processo que ficou conhecido como Kulturkampft.
Após a queda do Império Francês, em 1870, as relações entre a França e a Itália não sofreram alterações significativas. A França era também o principal credor da dívida pública italiana (80%) mas, apesar disso, a Alemanha era, cada vez mais, o mercado preferido de exportação e importação para os Italianos. Na Alemanha, os Italianos adquiriam o carvão e outras matérias primas e era para lá que exportavam os seus produtos agrícolas. A hostilidade dos agricultores franceses aos produtos agrícolas italianos provocou esta mudança. Além disso, as comunicações com a Alemanha estavam muito facilitadas após a construção do Túnel de São Gotardo entre 1872 e 1880. Este permitia uma ligação muito mais fácil entre a Itália e a Áustria e, a partir daí, com a Alemanha. Por outro lado, o notório crescimento alemão e o lugar de topo que a Alemanha tinha adquirido na Europa mostrava que, se a Itália desejava ascender ao estatuto de grande potência, era com a Alemanha que teria de estreitar os seus laços. O prestígio que a Itália esperava obter desta forma permitir-lhe-ia alcançar o reconhecimento externo mas seria também uma ajuda para a resolução dos seus problemas internos.
Mas havia questões
de outra natureza que afastaram a Itália da França e a levaram a
colocar-se ao lado das Potências Centrais. A Tunísia era um Estado
quase independente. Como Estado, tinha as suas próprias forças
armadas e geria as suas finanças e, desde 1864 que possuía uma Constituição que previa a separação dos poderes. No
entanto, a Tunísia encontrava-se sob a soberania otomana. Por esta
razão, as potências europeias não tinham embaixadores na Tunísia
mas apenas representantes. A economia da Tunísia era fraca e, em
1864, um dos seus dirigentes fugiu do país com uma quantia de
dinheiro superior às receitas fiscais de um ano. A Tunísia tinha
recorrido e continuou a recorrer a empréstimos na Bolsa de Paris. As
condições impostas à Tunísia eram muito duras mas os empréstimos
continuaram a disponibilizar o dinheiro considerado necessário. Até
que o Estado da Tunísia chegou a uma situação de bancarrota.
Desde há muito
tempo que a influência francesa era preponderante na Tunísia. Esta
influência era canalizada por duas vias: a proximidade da Argélia,
que os Franceses tinham invadido em 1830, e o empenhamento financeiro
da França. No entanto, os maiores interesses coloniais na Tunísia
eram britânicos. Mas o principal interesse britânico era de ordem
estratégica pois o triângulo Tunísia-Malta-Sicília dominava o
acesso ao Mediterrâneo Oriental. Malta era então uma colónia
britânica. Os Italianos também estavam interessados na Tunísia.
A História
ligava a Itália à antiga Cartago que foi uma colónia romana após
a Guerras Púnicas. Apesar da escassez de recursos, os Italianos
tinham grandes ambições coloniais. O que é certo é que, na Tunísia, a colónia italiana era cerca de vinte vezes mais numerosa que a colónia
francesa. Após a derrota de 1870, a França viu a sua influência
diminuída para, mais tarde, voltar a crescer durante o governo do
bey Khayr al-Dïn que procurava conciliar a aproximação à França
com a lealdade devida ao Império otomano.
A questão da
Tunísia, com as rivalidades entre as potências europeias, foi causa
de antagonismos entre essas potências e conflitos locais. No
Congresso de Berlim, de 1878, a questão foi alvo de discussão entre
as potências europeias e Bismarck aproveitou a oportunidade para
incentivar a França a canalizar as suas energias para o Norte de
África. O Egipto era um país pelo qual a França se interessava
mais. Desde o tempo de Napoleão Bonaparte que os Franceses exerciam
ali uma forte influência. A construção do Canal de Suez, terminada
em 1869, foi uma realização francesa. No entanto, para os
Britânicos, esta era uma obra essencial que diminuía
consideravelmente a extensão das comunicações entre as Ilhas
Britânicas e a Índia. A 8 de Abril de 1876, o Estado Egípcio abriu
falência. Como consequência, foram nomeados
controladores financeiros internacionais: dois franceses, dois
britânicos, um austríaco e um húngaro. Os departamentos das
Finanças e das Obras Públicas foram confiados a ministros europeus.
As condições impostas ao Egipto deram origem a uma revolta em 1881
e à intervenção, em Maio do ano seguinte, de uma esquadra
anglo-francesa. A ordem foi restabelecida mas as forças que
permaneceram para protegerem o Canal do Suez eram britânicas. Com o
consentimento tácito do Reino Unido que ficava com o controlo do
Egipto, a França voltou-se para a Tunísia, desembarcou 30.000
homens e transformou aquele país num protectorado francês. Os
Italianos perderam assim a sua influência na Tunísia e a
oportunidade de iniciar a construção de um império colonial. Mas a
Itália tinha outros problemas territoriais.
A ligação entre a Itália e a Áustria-Hungria era mais problemática, especialmente da parte da Itália. As regiões de Trentino, Tirol e Trieste estavam sob controlo da Áustria-Hungria. Eram a Italia irredenta que parte importante da opinião pública pretendia ver integrada no Reino Italiano. Enquanto a Itália se mantivesse na Tríplice Aliança, teria de renunciar a esses territórios. Este era um obstáculo importante que a opinião pública italiana colocava à entrada da Itália numa aliança com a Alemanha e a Áustria-Hungria. O Rei Humberto I viu nesta aliança um meio de afirmar a solidariedade monárquica dos soberanos europeus face à ameaça revolucionária, que então se fazia sentir em Itália, e foi ele quem deu o passo decisivo ao viajar até Viena o que significava o abandono da política irredentista.
O tratado que instituiu a Tríplice Aliança era um tratado secreto, com carácter estritamente defensivo. Foi assinado a 20 de Maio de 1882. Este tratado foi vantajoso principalmente para a Itália porque, desta forma, quebrou o isolamento e assegurou a sua segurança no caso de, em França, o Partido Católico regressar ao poder e colocar em causa a anexação de Roma pelo Estado Italiano. A Alemanha garantiu, com este tratado, um aliado contra a França e a Áustria-Hungria, em caso de guerra com a Rússia, não teria de combater em duas frentes, contra a Rússia e contra a Itália. A Tríplice Aliança manteve-se, com alguns ajustamentos, até ao início da Primeira Guerra Mundial. Até 1887, Bismarck tinha conseguido manter num mesmo sistema de alianças, a Alemanha, a Áustria-Hungria, a Itália e a Rússia. O isolamento da França estava mais completo.
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