Quando a guerra começou, em 1914, foram colocados em confronto dois sistemas de alianças: a Tríplice Aliança e a
Tríplice Entente. A primeira englobava a Alemanha, a Áustria-Hungria e a
Itália (que se manteve neutral no início do conflito). A segunda era constituída pela França, Rússia e Reino Unido. No
decorrer da guerra, outras potências aderiram a cada um destes blocos.
Em 1871, após a Guerra Franco-Prussiana, foi criado o Império Alemão sob hegemonia da Prússia e englobando os territórios da Alsácia e parte da Lorena que a França, como potência derrotada, foi obrigada a ceder nos termos do Tratado de Frankfurt. A Alemanha (nome pelo qual designaremos o Império Alemão) tinha alcançado uma posição que lhe era favorável mas não hegemónica no contexto europeu. Só uma coligação de potências podia alcançar essa situação de hegemonia. Se não fosse formada nenhuma coligação com carácter ofensivo, isto é, que procurasse dominar as outras potências, o equilíbrio do poder no continente europeu estaria garantido. Foi nesse sentido que o chanceler alemão, Otto von Bismarck, desenvolveu a sua actividade diplomática: manter a posição que a Alemanha tinha adquirido na Europa; isolar a França para que esta potência não se aliasse a outra e conseguisse, dessa forma, atacar a Alemanha.
Bismarck estava convencido que a França não hesitaria em aproveitar uma oportunidade para recuperar os territórios da Alsácia-Lorena e o pior cenário que se podia colocar era o de uma aliança entre a França e a Rússia. Não era uma possibilidade a ignorar uma vez que os interesses da Rússia e da Áustria-Hungria colidiam nos Balcãs. Uma guerra entre a Rússia e a Áustria-Hungria obrigaria a Alemanha a intervir ao lado de uma das potências e a outra poderia sempre contar com o apoio da França. Esta era, do ponto de vista estratégico, a situação mais perigosa porque obrigaria a Alemanha a dispersar os seus recursos militares por duas frentes. Para resolver esta questão, Bismarck criou um sistema de alianças que tinha como objectivo isolar a França.
A Tríplice Aliança nasceu em 1882. Embora a Rússia não integrasse este conjunto, manteve-se ligada à Alemanha por outros acordos. Antes da Tríplice Aliança existia a Aliança Dual – também conhecida como Dupla Aliança - e, simultaneamente, a Liga dos Três Imperadores que mantinha a Rússia no círculo das potências centrais, Alemanha e Áustria-Hungria. Quando a Liga dos Três Imperadores caiu definitivamente por incompatibilidade de interesses entre a Rússia e a Áustria-Hungria, a Alemanha conseguiu manter uma ligação com a Rússia através do Tratado de Resseguro (1887). Este foi o sistema criado por Bismarck, que se manteve enquanto esta grande figura da diplomacia europeia foi chanceler do Império Alemão. No entanto, em 1890, em oposição a Guilherme II que tinha subido ao trono em 1888, Bismarck foi obrigado a abandonar o cargo que ocupava desde a criação do Império. Nem o imperador nem os chanceleres seus sucessores seguiram a mesma política. A ligação entre a Alemanha e a Rússia caiu e, dessa forma, ficaram criadas as condições para uma aliança entre a França e a Rússia. Do sistema de alianças forjado por Bismarck manteve-se a Tríplice Aliança.
Em 1871, após a Guerra Franco-Prussiana, foi criado o Império Alemão sob hegemonia da Prússia e englobando os territórios da Alsácia e parte da Lorena que a França, como potência derrotada, foi obrigada a ceder nos termos do Tratado de Frankfurt. A Alemanha (nome pelo qual designaremos o Império Alemão) tinha alcançado uma posição que lhe era favorável mas não hegemónica no contexto europeu. Só uma coligação de potências podia alcançar essa situação de hegemonia. Se não fosse formada nenhuma coligação com carácter ofensivo, isto é, que procurasse dominar as outras potências, o equilíbrio do poder no continente europeu estaria garantido. Foi nesse sentido que o chanceler alemão, Otto von Bismarck, desenvolveu a sua actividade diplomática: manter a posição que a Alemanha tinha adquirido na Europa; isolar a França para que esta potência não se aliasse a outra e conseguisse, dessa forma, atacar a Alemanha.
Bismarck estava convencido que a França não hesitaria em aproveitar uma oportunidade para recuperar os territórios da Alsácia-Lorena e o pior cenário que se podia colocar era o de uma aliança entre a França e a Rússia. Não era uma possibilidade a ignorar uma vez que os interesses da Rússia e da Áustria-Hungria colidiam nos Balcãs. Uma guerra entre a Rússia e a Áustria-Hungria obrigaria a Alemanha a intervir ao lado de uma das potências e a outra poderia sempre contar com o apoio da França. Esta era, do ponto de vista estratégico, a situação mais perigosa porque obrigaria a Alemanha a dispersar os seus recursos militares por duas frentes. Para resolver esta questão, Bismarck criou um sistema de alianças que tinha como objectivo isolar a França.
A Tríplice Aliança nasceu em 1882. Embora a Rússia não integrasse este conjunto, manteve-se ligada à Alemanha por outros acordos. Antes da Tríplice Aliança existia a Aliança Dual – também conhecida como Dupla Aliança - e, simultaneamente, a Liga dos Três Imperadores que mantinha a Rússia no círculo das potências centrais, Alemanha e Áustria-Hungria. Quando a Liga dos Três Imperadores caiu definitivamente por incompatibilidade de interesses entre a Rússia e a Áustria-Hungria, a Alemanha conseguiu manter uma ligação com a Rússia através do Tratado de Resseguro (1887). Este foi o sistema criado por Bismarck, que se manteve enquanto esta grande figura da diplomacia europeia foi chanceler do Império Alemão. No entanto, em 1890, em oposição a Guilherme II que tinha subido ao trono em 1888, Bismarck foi obrigado a abandonar o cargo que ocupava desde a criação do Império. Nem o imperador nem os chanceleres seus sucessores seguiram a mesma política. A ligação entre a Alemanha e a Rússia caiu e, dessa forma, ficaram criadas as condições para uma aliança entre a França e a Rússia. Do sistema de alianças forjado por Bismarck manteve-se a Tríplice Aliança.
O que Bismarck mais temia aconteceu em 1892. Neste ano, a
França e a Rússia assinaram um tratado de aliança militar. A partir de então,
em caso de guerra, a Alemanha teria de enfrentar a ameaça de uma invasão
francesa a ocidente e de uma invasão russa a oriente. A França tinha quebrado o
isolamento diplomático e conseguiu, em 1904, concluir com o Reino Unido uma
série de acordos que regulavam as divergências surgidas na expansão colonial.
Este conjunto de acordos ficou conhecido como Entente Cordiale. De forma
mais informal, foram estabelecidas ligações entre os respectivos
estados-maiores. Em 1907, também para resolver divergências coloniais, especialmente de
expansão territorial na Ásia Central, o Reino Unido e a Rússia assinaram uma
convenção que ficou conhecida como Entente Anglo-Russa. Esta rede de
tratados e acordos entre as três potências, França, Rússia e Reino Unido, ficou
conhecida por Tríplice Entente e foi o sistema de alianças que se
opôs à Tríplice Aliança em 1914.
Ambos os sistemas de alianças não surgiram na sua forma definitiva tal como existiam em 1914. Ambos tiveram origens em alianças que foram alteradas ou substituídas por outras. Esta evolução, em ambos os sistemas, ficou a dever-se às crises que afectaram o relacionamento entre as potências envolvidas e às soluções encontradas de acordo com os interesses de cada uma. Bismarck antecipou-se e criou o seu sistema de alianças mesmo antes de qualquer crise pôr em causa a segurança da Alemanha. As crises e as disputas coloniais foram factores fundamentais na evolução dos sistemas de alianças e, por isso, ao abordarmos a sua evolução até ao deflagrar da guerra de 1914-1918, teremos de examinar as crises que mostraram as suas debilidades, que obrigaram à sua alteração e que foram mostrando de forma relativamente clara quais as posições que seriam assumidas em caso de conflito entre as potências dos dois sistemas que se opunham.
Ambos os sistemas de alianças não surgiram na sua forma definitiva tal como existiam em 1914. Ambos tiveram origens em alianças que foram alteradas ou substituídas por outras. Esta evolução, em ambos os sistemas, ficou a dever-se às crises que afectaram o relacionamento entre as potências envolvidas e às soluções encontradas de acordo com os interesses de cada uma. Bismarck antecipou-se e criou o seu sistema de alianças mesmo antes de qualquer crise pôr em causa a segurança da Alemanha. As crises e as disputas coloniais foram factores fundamentais na evolução dos sistemas de alianças e, por isso, ao abordarmos a sua evolução até ao deflagrar da guerra de 1914-1918, teremos de examinar as crises que mostraram as suas debilidades, que obrigaram à sua alteração e que foram mostrando de forma relativamente clara quais as posições que seriam assumidas em caso de conflito entre as potências dos dois sistemas que se opunham.
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